CONCESSÃO DO PARQUE DE IBITIPOCA

O Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG) publicou, no dia 1810 o edital de concessão de dois parques estaduais. Um deles é o do Ibitipoca, localizado nos municípios de Santa Rita do Ibitipoca e Lima Duarte. O outro é do Itacolomi, nas cidades históricas de Ouro Preto e Mariana. A data do leilão foi marcada para 21 de dezembro, na B3, em São Paulo (SP).
A estimativa de investimentos no projeto é de cerca de R$ 15 milhões nos próximos seis anos. Segundo o BNDES, os parques têm atrativos naturais como cachoeiras, lagoas e montanhas e históricos como museus e ruínas, capazes de atrair grande fluxo de visitantes. O banco destacou ainda um aspecto interessante do projeto que é a alocação de parte das receitas da concessão para benefícios sociais e ambientais, entre eles o fomento ao empreendedorismo, pesquisa, monitoramento ambiental e integração da população do entorno.
Mas nem todas as pessoas estão favoráveis ao projeto de concessão. Moradores de Conceição do Ibitipoca protestaram na manhã do sábado (22) contra a concessão do Parque Estadual de Ibitipoca. Eles se reuniram na entrada da unidade de conservação sustentando a faixa “O parque é de todos. Não à concessão”. Os manifestantes abordaram turistas que chegavam e explicaram sobre a licitação, aberta pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) na última terça-feira (18).
Eles ressaltaram ser um parque de preservação, que não precisa gerar lucro. “A empresa privada (que vencer) vai ficar 30 anos fazendo essa exploração e absorvendo um lucro muito grande, sem relevantes contrapartidas sociais para o entorno”, disse Fred Fonseca, músico e membro do grupo em defesa de Ibitipoca (@grupoemdefesadeibitipoca). Ele cobsidera que os manifestantes foram bem recebidos pelos turistas. “A grande maioria das pessoas estava contra a concessão”, avaliou ele, que também enfrentou resistências ao movimento.
O grupo em defesa de Ibitipoca ressalta que o processo de concessão consiste em entregar a empresas privadas a exploração comercial da parte turística do parque. Segundo eles, isso ocorre em detrimento de toda a população local, que desenvolveu o destino turístico e tornou o parque famoso internacionalmente. “Com a concessão, haverá certamente aumento do fluxo turístico, sem que grandes problemas estruturais das comunidades sejam resolvidos”, alegam.
Com a concessão, o estado de MG defende que as inciativas devem garantir economia de R$ 2 milhões ao ano aos cofres públicos, além da geração de cerca de 1.600 empregos diretos e indiretos. A abertura dos envelopes está prevista para 21 de dezembro, em sessão pública, em São Paulo – SP.
A proposta vencedora será aquela economicamente mais vantajosa, considerando o maior valor de outorga a ser paga ao Estado. A empresa responsável pela administração, até então a cargo do próprio IEF, irá gerir o turismo, fazer a operação e manutenção dos atrativos existentes na área. O edital com os detalhes sobre a licitação pode ser conferido no site www.ief.mg.gov.br.
Dados do Estado referentes a 2018 indicam que, naquele ano, o parque recebeu 86.410 visitantes e arrecadou 1,9 milhão.

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