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A Psicóloga da ABBAC Lima Duarte, Nádia Delgado Paiva, fez uma ótima reflexão sobre o momento que estamos vivendo. Confira:

A Psicóloga da ABBAC Lima Duarte, Nádia Delgado Paiva, fez uma ótima reflexão sobre o momento que estamos vivendo. Confira:

Estamos vivendo um tempo difícil de impacto global. Teremos que lidar com as consequências do pós pandemia e readaptar formas de vida e de se relacionar com o outro. Li e refleti sobre a entrevista do psicanalista Contardo Calligaris, realizada por Ticiano Osório, publicada no site da Gaúchazh Comportamento. Contardo é italiano, já morou em Nova York e atualmente reside em São Paulo – SP. Tendo ele então residido nos três epicentros da pandemia na Europa e América/ América Latina, na entrevista Contardo conta sobre o medo de não ver mais as pessoas circulando em lugares turísticos conhecidos no mundo inteiro, lamentou as praças vazias, a família distante, o risco da doença, o risco da perda. Pontuou que a forma de lidar com a pandemia é fazer novos acordos sociais, os quais ainda não sabemos ao certo como serão, porém os mesmos é que determinarão o caminho da reconstrução social no mundo.

Eu, como psicóloga, estou atendendo por vídeo chamadas de forma online (internet). Neste momento as pessoas estão com muito medo e precisam do apoio do profissional para lidar com suas angústias. A solidão, as restrições no poder de escolha do sujeito as quais este vírus tem imposto a todos nós, trazem o sentimento de angústia e de paralização do tempo, ou mesmo o desperdício deste. Para lidar com todos estes sentimentos, como orientação, eu geralmente digo às pessoas para criarem uma rotina, tentarem permanecer com atividades que antes da pandemia elas realizavam, atividades que podem ser adaptadas e realizadas em casa, como exercícios físicos por exemplo.

Se pudermos ver o lado positivo deste vírus, é que as pessoas estão precisando exercer sua criatividade e inventar novas formas de se relacionar, se fazerem presentes mesmo distantes, lançando mão de uma ferramenta que está disponível há muito tempo e que, por todo este tempo, foi utilizada de forma superficial: a internet.

A educação está passando por adaptações, não basta mais usar as redes sociais. Os professores estão buscando novos aplicativos e plataformas para transmitir o conhecimento aos alunos, os casais, famílias e amigos estão se reunindo em vídeo chamadas, as empresas estão ampliando o comércio virtual, a ciência tem mostrado sua face e sua importância.

Sei que nem todos tem acesso à internet e todo este isolamento social parece ser injusto com aqueles que não podem utilizar da tecnologia e da ciência. Isto só me faz pensar o quão será importante, à partir de agora, que esta ferramenta passe a ser de acesso a todos. É preciso ampliar e ensinar as pessoas a usá-la e que ela se torne para além disso, uma ferramenta de trabalho para a igualdade social.

Não tenho a ideia otimista de que a humanidade se tornará melhor após a pandemia, mas atualmente vemos pessoas solidárias que estão assumindo a responsabilidade de dividir com quem está passando necessidades e isto mostra que o coletivo deve sempre imperar diante do individualismo. Contardo, em sua entrevista, disse dos novos acordos sociais para a inauguração dos novos tipos de relações sociais. Mas um acordo social que sempre existiu e não deve jamais ser esquecido é o acordo de responsabilidade coletiva. A famosa frase que circula atualmente “eu protejo você para que você me proteja” (que é referência para lembrar da importância do uso de máscaras). Esta é a regra de ouro e devemos sempre refletir sobre nossas vidas a partir dela.

Aproveitemos, então, este tempo também para estas reflexões: cuidar do outro também nos mantém seguros.

 

Nádia Delgado Paiva

Psicóloga /UFJF

Mestre em Psicologia Social /UERJ

CRP 32132/04

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