TRIAGEM DE PACIENTES BASEADA NO PROTOCOLO DE MANCHESTER
Com o aumento da demanda em hospitais, problemas relativos à prioridade de atendimento ocorrem, em geral, ligados à quantidade de pessoas. Muitos sentem-se injustiçados e acreditam que o atendimento deva ser feito por ordem de chegada. Com o objetivo de reduzir os problemas na triagem dos atendimentos, os hospitais públicos e privados adotaram, nos últimos anos, o Protocolo Manchester para Triagem de Pacientes. Pensando em otimizar os processos de atendimento, de forma a criar métodos mais eficientes, ágeis e tentar diminuir os problemas de alta demanda, que acabam gerando superlotação, criou-se o Protocolo, um processo de classificação de pacientes, através do uso de cores, que permitem definir rapidamente qual é a situação de cada paciente, resultando em atendimentos mais rápidos e a prioridade para os casos mais graves.
O Protocolo de Manchester recebeu este nome por ter sido aplicado pela primeira vez na cidade de Manchester, na Inglaterra, em 1997. Hoje, vários países também utilizam o sistema de forma praticamente integral. No Brasil, o primeiro estado a implantá-lo foi Minas Gerais, com o propósito de organizar o fluxo de pacientes.
Ao chegar à unidade de saúde, o paciente é avaliado por um profissional de nível superior Enfermeiro, que o avalia e classifica de acordo com o Protocolo. A classificação é realizada com base nos sintomas apresentados pelo paciente, assim como queixas, sinais vitais, tempo de aparecimento dos sintomas, etc. Após essa avaliação inicial, o paciente recebe uma identificação com a cor correspondente ao seu quadro e segue para o atendimento ou aguarda o momento de ser atendido, de acordo com os critérios do Protocolo de Manchester.
Utilizada ainda a cor branca, que define os atendimentos eletivos, ou seja, aqueles que deveriam ser realizados em outros serviços de saúde, pois não constituem atendimentos de urgência. Exemplos: troca de receitas, trocas de sondas, administração de certos medicamentos, avaliação de exames, etc. Casos classificados com essa cor ultrapassam os 240 min previstos para o atendimento.
A implantação do Protocolo de Manchester permite que os atendimentos sejam realizados com mais eficiência, já que, em se tratando de saúde, tempo pode representar a diferença entre salvar uma vida e perder um paciente. Além disso, com a diminuição do risco clínico, evita-se o uso de recursos de urgência, advindos da inobservância das condições do paciente antes do agravamento do quadro.
Ainda em relação às cores x tempo de atendimento, vale lembrar que podem sofrer alterações de acordo com a especificidade de cada serviço.
Em Lima Duarte, a Santa Casa de Misericórdia já adota o Protocolo e vem notando bons resultados na triagem dos pacientes. Na unidade, o processo, inicia-se com a abertura de ficha de atendimento na recepção, sendo posteriormente direcionado para a sala de triagem. O enfermeiro identifica a queixa principal e, através dela, associa um Fluxograma de Manchester a ser aplicado. Baseado nas respostas do paciente, ele identificará uma cor para o risco. O enfermeiro é o profissional responsável por este processo.
Com a implantação do protocolo, os pacientes também são beneficiados, pois, submetidos a esta metodologia de classificação de risco, eles terão uma previsão média do tempo que levará para obter atendimento, diminuindo a expectativa. O uso do protocolo é a garantia de oferta de um serviço homogêneo, tendo em vista que, independentemente do horário, do dia da semana ou do profissional que estará de plantão, a instituição de saúde terá a mesma padronização no atendimento.
Outro benefício é que o protocolo é rápido e objetivo, tem alta precisão e não trabalha com diagnóstico, mas com sintomas, dentro de um padrão internacional.
Na Santa Casa, todos os enfermeiros fizeram o Curso do Sistema de Manchester e Classificação de Risco, portanto, estão preparados para o atendimento. O hospital conta com enfermeiros capacitados durante as 24 horas diárias de funcionamento.
Urgência, emergência e atendimento eletivo: conheça as diferenças e saiba como ajudar a melhorar o fluxo de atendimento na santa casa
A Santa Casa de Misericórdia de Lima Duarte oferece para a comunidade e região o serviço de plantão médico para urgência e emergência. Porém, a procura exagerada da comunidade em situações que não são de urgência e emergência, acarretam uma sobrecarga para o serviço, o que acaba, muitas vezes, gerando demora no atendimento e pacientes insatisfeitos.
Nem sempre é fácil diferenciar o que são atendimentos de urgência, emergência e o que são atendimentos eletivos. Para facilitar o entendimento, veja a seguir as definições de cada um:
Emergência – casos em que há ameaça iminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato;
Exemplos:
– crises convulsivas (inclusive pós-crise)
– desconforto respiratório grave
– dor no peito associado à falta de ar e cianose (aparência roxa)
– estado de coma
– intoxicações exógenas (envenenamento)
– parada cardiorrespiratória
– perfurações no peito, abdômen e cabeça
– politraumatizado grave (vítimas de acidentes e fraturas)
– queimaduras
– reações alérgicas
– tentativa de suicídio
Urgência – situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível, a fim de evitar complicações e sofrimento;
Exemplos:
– alterações de sinais vitais (pressão alta, febre)
– crise asmática
– desmaios
– diminuição do nível de consciência
– dor abdominal
– dor de cabeça intensa
– dor torácia intensa (região do peito)
– febre alta (39/40 ºc)
– hemorragias (sangramento)
Atendimento eletivo – procedimentos médicos que podem ser programados, que não põe em risco de vida o paciente, nem agravamento da situação.
Realizados nos postos de saúde, policlínica ou consultórios.
Exemplos:
– dores musculares ou articulares
– dor de cabeça leve
– entorse (mau jeito)
– fraqueza, falta de apetite.
– gripe, dor de garganta, ouvido e dente
– insônia
– cistite (dificuldade e ardência ao urinar)
– febre normal (abaixo de 38,0ºc)
– fraqueza, falta de apetite
– tosse há vários dias
– atestado médico para justificar falta no trabalho ou mesmo atestado de saúde para atividades esportivas
– administração de certos medicamentos
– atualização de receitas
– avaliação de exames
– troca de sondas
Para melhorarmos o fluxo do atendimento, é necessário o entendimento e a conscientização da população quanto aos critérios para atendimento no plantão médico, ou seja, o hospital está preparado para resolver urgências e emergências. Os casos eletivos devem ser atendidos pelos médicos dos postos de saúde, policlínica ou consultórios.
Contamos com a colaboração e conscientização da população para que possamos realizar nosso trabalho de forma satisfatória a todos.