INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA DE ORDENHAS DIÁRIAS SOBRE A QUANTIDADE DE LEITE PRODUZIDO EM FAZENDAS LEITEIRAS.
Estudos mostram que o correto manejo de ordenha e a frequência na qual é realizada são fundamentais na quantidade e qualidade do leite produzido, assim como os fatores de bem estar e saúde do úbere. Animais com manejo incorreto no momento da ordenha são inábeis e implicam na produção e na qualidade do leite, uma vez que hormônios interferem na fisiologia da lactação.
Anatomia da glândula mamária.
O úbere ou tetas (vulgarmente chamado) está localizado na região inguinal, dividido em “quartos”. Exibe-se como uma massa esférica preenchida por 4 tetos, contendo, cada um, uma saída chamada orifício, por onde sai o leite. Os 2 tetos anteriores são responsáveis por 40% da produção do leite e os 2 tetos posteriores, pela produção dos 60% que restam.
Como o leite é formado?
A secreção do leite frequentemente surge ao longo do período final da gestação, onde acontece maior produção do hormônio prolactina, resultando na formação do colostro, que possui substâncias primordiais para o neo nato. O leite começa a se formar entre 7 a 10 dias após.
A produção do leite é estimulada por meio da sucção ou ordenha por dois caminhos: pelos efeitos que inibem a pressão dentro da mama, desencadeada pelo acúmulo de leite, e por estimulação acentuada da secreção de hormônios essenciais para manter a síntese e secreção de leite nos alvéolos. Esses hormônios são: a prolactina, responsável pela estimulação da produção e secreção do leite nos alvéolos e a ocitocina, responsável pela contração das células mioepiteliais. A concentração da prolactina acontece logo após os estímulos. Porém, seu pico só é alcançado 30 minutos depois dos estímulos.
O leite, após ser produzido, é drenado através dos ductos principais para a cisterna da glândula e, após para a cisterna da teta, onde pode ser armazenado. Entre as ordenhas, cerca de 80% da produção é armazenado nos alvéolos.
Ordenha
O animal é considerado “uma máquina biológica”, que deve exibir todo o seu potencial quando trabalha sob condições ambientais corretas. Quando trabalham em condições ambientais inadequadas, o reflexo na produtividade é negativo.
A introdução de uma ordenha corretamente manejada, além de contribuir com o controle da mastite e reduzir lesões nos tetos, é importante para promover estímulos de ejeção do leite, para que se alcance uma ordenha completa e rápida, garantindo qualidade e maior produção.
À medida com que os intervalos da ordenha e amamentação dos lactantes aumentam e os estímulos fundamentais para manter a concentração dos hormônios prolactina e ocitocina diminuem na circulação sanguínea, a produção do leite pela glândula mamária reduz até cessar. Fator este importante para programar a secagem do animal, com o intuito de prepará-lo para um novo ciclo.
Este relato comprova sobre a produção de leite estar corretamente correlacionada à frequência de ordenhas. Quando a quantidade de ordenhas diárias passa para três vezes, a produção é elevada entre 6 a 25%. Aumento na produção também é visível quando em sistema de duplo propósito, onde fêmeas amamentam e são ordenhadas, na percentagem de 7 a 20%.
Na próxima edição, falaremos sobre os reflexos hormonais na produção do leite.