POR ONDE ANDA?

Temos uma coluna no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje têm outra vida e família. Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros. Confira:
Meu nome é Soraia Giordano de Paula Guimarães. Tenho 53 anos de idade, sou professora da rede pública municipal de Juiz de Fora, onde moro. Sou filha de Maria Ignez Giordano de Paula e Nelson Rodrigues de Paula. Em 1985, saímos de Lima Duarte, eu, minha mãe e minhas irmãs. Minha mãe como professora, sempre acreditou na educação, era atemporal. Naquela época, já com formação superior, queria que tivéssemos a mesma oportunidade. Porém, em uma época mais acessível acreditando expandir novos conhecimentos e outras experiências de vida. Desde que resolvemos sair, o destino foi Juiz de Fora, onde permaneço até os dias atuais. Ao longo desses anos, estudei, fiz inicialmente o magistério, o qual me abriu as portas profissionalmente e que trabalho desde 1990. Mais tarde, fiz Pedagogia, pós-graduação e atualmente faço mestrado na área da educação.
O trabalho e os estudos sempre conciliaram com a formação da minha família. Casada desde 1990 com Flávio Ferreira Guimarães, natural do Rio de Janeiro, mas nos conhecemos em Lima Duarte, onde morava. Temos dois filhos: Guilherme, com 32 anos e Giovana, com 27 anos, ambos formados e ingressados no mercado de trabalho de Juiz de Fora.
Tenho uma irmã, sobrinhos, primos, sogra e muitos amigos que residem em Lima Duarte. Vamos sempre visitá-los e mantemos sempre contato, seja pessoalmente, por ligações telefônicas ou whatsapp, que são os veículos de comunicação onde nos mantemos informados dos acontecimentos. Hoje, com o uso das redes sociais as informações são mais rápidas e compartilhadas com diversas pessoas simultaneamente.
Acredito que a evolução em Lima Duarte foram as oportunidades dos jovens buscarem suas formações, dos ingressos no meio acadêmico e da facilidade de deslocamento que existe hoje. Daquela época para cá, aumentaram as escolas, com aberturas das escolas da rede privada, cursos técnicos e, portanto, os jovens têm a oportunidade de conciliarem o trabalho com os estudos. A prefeitura oferece bolsa transporte, desconto na mensalidade do ônibus, o que são facilitadores desse acesso acadêmico.
Em meu modo de ver, o que degradou é que, infelizmente, a tecnologia traz coisas benéficas e prejudiciais que muitas vezes propagam e fomentam inverdades. Outro fator alarmante são as drogas, que desvirtuam os jovens do caminho do estudo e da formação, tanto nos grandes centros urbanos ou em um município menor.
Toda cidade pequena tem características muito distintas em relação ao estudo e às oportunidades de empregos, o que vai muito da iniciativa e da vontade que cada ser queira realizar. As famílias que podem oportunizar os jovens, esses costumam sair e buscar outros caminhos. Os que não podem, buscam as estratégias acima supracitadas. Como professora, acredito muito na educação, que oportuniza a transformação da realidade à qual esses seres se inserem. Somente o estudo nos dá condições de equidade e nos coloca onde queremos chegar. A vocês, jovens, acreditem nas suas potencialidades e tomem posse desse conhecimento.
Digo isso porque meus filhos estudaram em escolas públicas e tiveram uma formação acadêmica em engenharia e direito e eu, como docente, trabalho em escola pública e sei que fazemos a diferença na vida de muitos discentes.
Pelo fato da distância de Lima Duarte e Juiz de Fora não ser grande, sempre estamos nesse lugar para matarmos a saudade de nossos parentes e amigos. Procuramos frequentar as festas populares, que acabam sendo um grande reencontro com pessoas queridas.
Obrigada pela oportunidade que o jornal me proporcionou, de levar um pouco da minha história para todos vocês. Grande abraço!

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