PSICOLOGIA
A sede da Associação Brasileira Beneficente de Apoio ao Cidadão (ABBAC) em Lima Duarte presta consultas e exames em diversas especialidades médicas. Sendo assim, a cada edição, irá abordar um tema de saúde, consultando especialistas na área.
Nesse mês, entrevistamos a Psicóloga Danielli Eloisa de Paula, que falou sobre os problemas que podem ser prevenidos e tratados através dessa especialidade.
Confira:
Danielli tem 26 anos, é formada em Psicologia e tem Pós Graduação em Terapia Cognitiva Comportamental. Ela atende em Lima Duarte há 5 meses, na sede da ABBAC.
Você atende todas as idades? Sim do Infantil ao Adulto.
Quais os principais casos atendidos pela Psicologia? Depressão, estresse, ansiedade, transtorno do pânico, alcoolismo, crises conjugais, insônia entre outras.
Como as pessoas podem evitar esses tipos de problemas?
Ter uma rotina saudável e bem-estruturada, possibilitando viver uma vida mais tranquila. É fundamental praticar exercícios físicos, cuidar da alimentação, ter relações saudáveis, dormir bem, ter um momento dedicado a si mesmo, praticando o autoconhecimento.
Existe sexo e uma faixa etária que mais procura o serviço de Psicologia?
Baseando-se em pesquisas as mulheres procuram por tratamento mais do que os homens, e a faixa etária que mais tem procura está entre 21 a 40 anos, sendo importante ressaltar que os pais estão mais preocupados com o estado mental de seus filhos onde existe a possibilidade de uma crescente demanda nos dias atuais.
Após o diagnóstico da maioria das doenças, como é feito o tratamento?
É um tratamento que se inicia com uma primeira sessão onde o paciente explica o motivo da sua procura, ou seja, a queixa, para assim se ter um direcionamento mais compreensível do diagnóstico. O tratamento é feito abrangendo ao comportamento, emoções, linhas de pensamentos que provocam sensação de angústia, onde haja um diálogo entre paciente e terapeuta. As sessões de terapia são realizadas por meio da escuta ativa e técnicas não verbais.
Qual a relação entre psicologia e psiquiatria? Quais as diferenças principais nos tratamentos?
Duas profissões distintas, mas que acabam sendo confundidas o tempo todo. O fato que não muda é a importância delas para a saúde mental das pessoas.
O psicólogo é a ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais, enquanto o psiquiatra observa mais de perto o lado biológico do transtorno. O trabalho em conjunto do psicólogo e do psiquiatra é recomendado para garantir uma melhor saúde mental para o paciente.
Quando psicólogos e psiquiatras trabalham juntos e podem complementar as suas virtudes, os resultados são melhores. Compreender a importância do psicólogo e psiquiatra é fundamental quando for pedir ajuda profissional, pois a resposta não está somente em um lugar, mas pode estar nos dois.
Temos ouvido falar muito ultimamente de depressão, síndrome do pânico, distúrbios alimentares com fundo psicológico, envolvimento com drogas, opção sexual e suicídios. Esses casos têm aumentado agora ou estão sendo mais divulgados? Como evitá-los e tratá-los?
Os casos têm aumentado e de certa forma está tendo uma maior identificação em relação a alguns sintomas em relação a eles, as pessoas estão mais entendidas, mais atentas.
Sempre é bom ter uma alimentação saudável é uma forma crucial de manter o cérebro ativo e funcional, inclua atividade física ao dia a dia, movimentar o corpo reduz doenças crônicas e diminui os efeitos do estresse e da ansiedade. Priorize emoções positivas, isso reduz o risco de doenças até mesmo no coração, ter um lazer saudável sem o consumo de cigarros, álcool e drogas ilícitas, durma a quantidade de horas necessárias para um bom descanso.
O plano de tratamento será diferente para cada pessoa, dependendo das necessidades individuais e classificação entre depressão leve, moderada ou grave. psicoterapia, medicamentos antidepressivos, terapia cognitivo-comportamental (TCC), e tratamentos naturais.
As crianças e adolescentes têm tido mais problemas psicológicos relacionados à separação dos pais, bullying e outros? Como evitar esses problemas? Como tratá-los?
Eventualmente os problemas como estes de certa forma se tornam comuns em meio a sociedade, mas em relação da criança e adolescente se torna uma situação grave no meio familiar, pois quando se tem um contexto familiar favorável, tudo se aplica bem. O suporte familiar pode ser decisivo para que supere as situações traumáticas vivenciadas ou, ao contrário, entregue-se ao isolamento social como uma forma de fuga e proteção contra as agressões. O apoio familiar minimiza as demandas além do acolhimento e cuidado profissional é um fator essencial para o controle e recuperação da saúde mental. , juntamente com um tratamento adequado, é importante Reforçar as relações afetivas, principalmente, dos pais, familiares e amigos com a criança e adolescente, promoção do diálogo e da escuta ativa, sem julgamentos, envolvimento em atividades prazerosas ou que tenham significado para a criança ou jovem, como a leitura, música, cinema e hobbies em geral estabelecimento de horários e rotina para as atividades, alimentação e sono saudáveis.
A procura por tratamentos psicológicos aumentou durante e após a pandemia da Covid 19? Por quê?
Sim, a demanda é maior. Com a pandemia percebemos uma piora na saúde mental das pessoas em todas as idades, mesmo naquelas que nunca haviam antes apresentado transtornos mentais. Sendo um momento de grande estresse, é necessário procurar a ajuda de um psicólogo, porque ele é o profissional capacitado para acolher e acompanhar as pessoas que apresentam algum nível de desconforto emocional ou social após a pandemia, onde as pessoas mais sentiram os efeitos da pandemia, como a perda de amigos e familiares, medo da morte ou até mesmo o isolamento social.
Como evitar adoecer por enfrentar essa pandemia, com mudanças tão drásticas no modo de viver e relacionar com as pessoas?
A Pandemia trouxe muitos aprendizados, muitas perdas e sofrimento. As pessoas reagem de maneira diferente a situações estressantes. Cada um responde de acordo com a sua história de vida, das suas características particulares e da comunidade em que vive.
No campo da saúde mental no trabalho, a instituição deve responsabilizar-se por condições laborais dignas e fomentar políticas e práticas que favoreçam a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar de seus servidores. Para isso, é necessário que sejam criados espaços coletivos de debate e reflexão que permitam o compartilhamento do sofrimento relacionado ao trabalho, das dificuldades enfrentadas e das possíveis soluções. Escutar os servidores consiste em estratégia fundamental para a construção de ações efetivas que possam promover a saúde mental no trabalho, prevenir o adoecimento e dar suporte a aqueles que estiverem vivenciando sofrimento patológico. Cuidar da saúde mental implica responsabilidade compartilhada. O indivíduo, a sociedade e o Estado devem promover os fatores de proteção à saúde mental e inimizar os fatores de risco para o adoecimento psíquico.