A AGÊNCIA DE CORREIOS DE LIMA DUARTE

A agência de Correios de Lima Duarte foi criada pelo Governo Imperial em 17 de setembro de 1866, quando o município ainda era um Distrito de Barbacena, como o nome de Dores do Rio do Peixe. Antes dessa data, as correspondências, impressos e jornais eram trazidas quase sempre por tropeiros, que as recolhiam nas agências postais circundantes, acondicionados em bornais de couro impermeáveis, sendo entregues pessoalmente aos destinatários, muitos deles aproveitando o mesmo portador para o encaminhamento das cartas-resposta.
Nessa época, o transporte da mala postal era feito em animais de carga, que seguiam um trajeto de ida e volta, alguns dias da semana.
No caso de Lima Duarte, a mais antiga referência do trajeto da mala postal, pode ser visualizada na “Carta das Comunicações Postaes da Província de Minas Geraes, projetada pelo Engenheiro H. Gerber, por ordem do Exmo. Sr. Presidente da mesma Província, o Conselheiro Joaquim Saldanha Marinho”, datada de 1867.
Por ela, reconhece-se o trajeto da mala postal, que tinha como origem a Capital Imperial, Rio de Janeiro, de onde seguia em direção a Juiz de Fora, Barbacena, e Ouro Preto (capital provincial)
O trajeto para Dores do Rio do Peixe, no mapa assinalada apenas como Dôres, seguia de Juiz de Fora a João Gomes (atual Santos Dumont), de onde era despachada para Quilombo (atual Bias Fortes) e Santa Rita de Ibitipoca. De Quilombo, seguia para “Dores” (Lima Duarte). De Santa Rita seguia para Conceição de Ibitipoca (no documento apenas Conceição). O retorno se fazia de forma inversa pelo mesmo trajeto.
As mudanças nos meios de transporte, advindas com a chegada da ferrovia, possibilitaram mais rapidez e eficiência na prestação de serviços dos Correios. Dessa forma, os antigos trajetos foram sendo adaptados a essa nova realidade.
Em 1889, o trajeto da mala postal para Lima Duarte era feito no seguinte trajeto: Estação Ferroviária de João Aires/Santa Rita de Ibitipoca/Conceição de Ibitipoca/Lima Duarte e Quilombo (Bias Fortes), de 5 em 5 dias.
Em 1892, partia ainda da estação ferroviária de João Aires para Santa Rita de Ibitipoca, Conceição de Ibitipoca, de três em três dias; entre Conceição de Ibitipoca e São Domingos da Bocaina, de cinco em cinco diass e entre a estação de Palmira seguindo para Quilombo e Lima Duarte de três em três dias.
Ao tempo do Dr. Pádua Resende no comando dos Correios, o trajeto passou a ser feito de dois em dois dias, a partir da estação ferroviária de Chapéu de Uvas, mais próxima de Lima Duarte e não pela estação de João Aires (atualmente Antonio Carlos – MG)
Por volta de 1909, os negociantes e fazendeiros residentes no Distrito de São Domingos da Bocaina encaminharam pedido à Diretoria Geral dos Correios do Estado de Minas Gerais, solicitando que o entroncamento da linha de Correio daquela localidade fosse feito com a agência da Freguesia de Bom Jardim de Minas, por onde já transitava, desde 1897, a Viação Férrea Sapucaí e muito mais próxima da localidade de São Domingos da Bocaina que as demais estações ferroviárias existentes na época. Apesar da logica evidente, funcionalidade e eficiência muito maiores, o pedido não foi atendido, seguindo a mala postal pelos velhos e tortuosos caminhos.
Em 1915, o itinerário da mala postal dos correios: seguia de Chapéu D’Uvas, para Rosário de Minas, Lima Duarte, São Domingos, Ibitipoca e Santana do Garambéu, com retorno pelo trajeto inverso.
Com a construção do Ramal de Lima Duarte, da Estrada de Ferro Central do Brasil, o despacho da mala postal passou a ser feito de Juiz de Fora à última estação inaugurada, seguindo viagem em animal de carga, até a agência postal telegráfica da cidade. Dessa forma o trajeto da mala postal foi feito até 1924 até a estação de Penido, de 1924 a 1926 até Valadares e após isso até a estação Deocleciano Vasconcelos (Paradinha). As correspondências para Rosário de Minas e União (Bias Fortes) eram desembarcadas na estação mais próxima (Valadares), onde havia posto do Correio, desde 1926.
Com a extinção do ramal ferroviário em 1968, as correspondências passaram a ser expedidas via empresa de ônibus Lima Duarte S/A, que fazia regularmente a linha Juiz de Fora a Lima Duarte. Após a substituição da Viação Lima Duarte S/A, a remessa da mala postal seguiu sendo feita pelas empresas que assumiram a concessão.
Com o aumento do volume de correspondências e volumes a serem recebidos e despachados, a “mala postal” passou a ser transportada em veículos da própria empresa.
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