DESAFIOS ENTRE PAIS E FILHOS

O Ibitipoca Off Road 2023 teve um significado especial para alguns limaduartinos. O enduro de velocidade que já é tradicional na região e atrai competidores de vários estados brasileiros, despertou a curiosidade de duas duplas de pais e filhos de Lima Duarte. E eles se envolveram e se empenharam tanto, que participaram e ganharam, subindo ao pódium.
Thales Fonseca de Paula, 59 anos, e seu filho Denis Thathe Aguiar Paula, 39 anos, participaram na categoria Carros Novatos e ficaram em 1.º lugar. Já Luciano Alves de Oliveira (Saniquim), 44 anos, e seu filho, Davi Alves de Oliveira, 17 anos, concorreram na categoria Motos Pais e Filhos e conquistaram o 3.º lugar. Em entrevista ao LD&Cia., as duplas ressaltaram a emoção de participar de um evento tão empolgante e desafiador, tendo ao lado os próprios filhos. E Thales e Denis ainda tiveram mais um motivo pra comemorar: o IOR terminou no dia do aniversário de Thales.
Thales é Consultor Técnico na área de Siderurgia em Belo Horizonte – MG e Denis é Engenheiro na área de Gás e Energia, no Rio de Janeiro – RJ. Thales já tinha participado de outras duas edições do IOR, mas para o Denis esta foi a primeira edição. Eles têm uma casa em Ibitipoca e acompanham a festa do Rally na vila, o que despertou a vontade de participar do evento. Thales começou a disputar Rallys em 2019 e Denis nunca tinha participado, até maio de 2023, quando correram uma etapa do Novo Rally, realizada em Ibitipoca. Também esse ano, Thales convidou o filho pra participar do IOR, que topou o desafio. “Minha motivação foi lá em cima, porque além de meu filho, ele é o meu melhor amigo!”, ressalta.
Eles começaram a se preparar com dois treinos em julho, inclusive simulando uma prova de rally de verdade, utilizando uma planilha de uma edição anterior. E estudaram muito as planilhas do IOR antes das provas. O objetivo da dupla sempre foi, em primeiro lugar, a diversão, mas dando o melhor sempre! “Os Rallys são sempre uma festa, muita descontração, encontro com amigos, … Mas quando a gente entra no carro, a coisa fica séria! Nossa expectativa era, pelo menos, chegar entre os 5 primeiros, pra fazer parte desta festa no pódium!”, ressaltam.
Eles consideram que, a prova em si, já é um grande desafio técnico, as competições têm ficado, ano após ano, mais complexas, com muitos desafios para o navegador e para o piloto. “A prova deste ano tinha muitas alterações bruscas de direção e velocidade, exigindo que a dupla (piloto + navegador) estivessem o tempo todo em sintonia total!”, avaliam. Thales afirma ser muito prazeroso, correr “em casa”, pois dá uma segurança adicional. E ressalta que o IOR é um dos principais eventos da cidade, que movimenta a região em todos os aspectos e que nossos conterrâneos devem valorizar/prestigiar mais este grande evento.
Ele conta que receberam o resultado com uma explosão de alegria! “Foi maravilhoso ganhar o IOR no dia do meu aniversário e com o meu filho! Foi um momento mágico!”, afirma.
A dupla gostou da experiência e pretende participar da última etapa do Novo Rally em Tiradentes, previsto para novembro deste ano. O retorno ao IOR em 2024, segundo Thales, vai depender do seu navegador (risos)! E também de conciliar as agendas profissionais, já que Denis mora e trabalha no Rio de Janeiro e Thales trabalha quase sempre viajando. “Mas acho que o Denis gostou da adrenalina de disputar (e ganhar!) um Rally!!! E vamos fazer o possível pra voltar a disputar o IOR em 2024!”, completa.
Velocidade nas motos
Luciano Alves de Oliveira (Saniquim), 44 anos, e seu filho, Davi Alves de Oliveira, 17 anos, disputaram o IOR em motos. Luciano já participou do IOR 11 vezes e conseguiu alguns troféus de vice campeão, terceiro lugar e outras posições. Participou também de vários campeonatos, como o campeonato carioca de enduro, mineiro, entre outros. Davi participou somente do IOR, sendo essa sua segunda participação. O pai, que é eletricista automotivo, explica que resolveram participar porque, desde pequeno, o Davi foi apaixonado pela trilha. “Quando tivemos a oportunidade de correr juntos, foi incrível!”, ressalta.
Eles contam que o preparo para essa corrida foi intenso, com bastante treino nas trilhas e exercícios físicos, incluindo também uma boa alimentação. Desde o começo dos treinos, tinham como expectativa aproveitar o máximo e se divertir. Para Luciano, a principal dificuldade foi cuidar do físico, para fazer uma boa prova, pois tem desgaste nos joelhos. Outra dificuldade é a questão financeira que aperta. “Para correr uma prova grande como o IOR, exige muitos gastos e, na nossa região, nós, trilheiros, não temos um suporte ou apoio para participar das provas”, analisa. Ele ressalta que montaram um grupo de motoqueiros para cuidar e proteger os locais por onde passam em seus passeios, com a autorização dos proprietários, pois sabem que degradam as trilhas e precisam dar um retorno à natureza. Mas precisam, também, de apoio das autoridades.
A dupla analisa que, apesar de alguns imprevistos, que os tiraram do lugar mais alto do pódium, ficaram muito felizes com o resultado. “É um privilégio participar de um evento desse, que fica “dentro de casa”. Mas a pressão aumenta muito. Afinal, é como jogar uma partida de futebol dentro no nosso estádio”, ressaltam. Eles não pretendem participar de mais competições em 2023, pois exige um alto investimento, sem retornos, a não ser o prazer de competir. Mas, sem dúvidas, retornam no IOR em 2024, provavelmente em categorias diferentes. “Não ficaremos de fora desse incrível evento!”, terminam.

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