MÃE É MÃE: HABILIDADE MATERNA EM BOVINOS

O mês de maio trouxe-me a sugestão para essa matéria: porque não falar do impacto da habilidade materna nos sistemas de produção? Pois bem, aqui vamos nós!
Em meados do século XX, a ativista americana, Anna Jarvis, interessada em homenagear sua mãe, conquistou, com o auxílio do congresso americano e o apoio do então presidente, Woodrow Wilson, a criação do dia das mães. Posteriormente, diversos países adotaram a data comemorativa, sendo que no Brasil, passou-se a ser comemorado após decreto de Getúlio Vargas, em 1932.
Mesmo a data ser apenas institucionalizada nos primórdios da modernidade mundial, as mães já eram homenageadas nas civilizações antigas. Figura que amor, cuidado e zelo, que coloca a progênie à frente do próprio bem-estar. Assim, podemos considerar a grande maioria das fêmeas do reino animal.
Consideramos, na produção animal, que a habilidade materna está relacionada a todos os aspectos da interação mãe-cria, englobando desde a facilidade de parto, produção de leite e amamentação, até comportamentos como acolhida, proteção da cria e muitos outros, que promovem o desenvolvimento e desmame de crias mais sadias e com boa progressão dos grupamentos musculares.
Na bovinocultura comercial, devemos entender as particularidades de cada sistema:

CORTESISTEMA DE CRIA INTENSIVO
SISTEMA DE CRIA EXTENSIVO
LEITE
COM BEZERRO AO PÉ
SEM BEZERRO AO PÉAs particularidades de cada sistema direciona os cruzamentos que devem ser realizados para controlar ou aumentar a habilidade materna, visto que a relação de herdabilidade da habilidade materna dos reprodutores é alta, ou seja, os pais são os “responsáveis” por transferir grande parte dos requisitos que a habilidade materna engloba as suas filhas.
Por exemplo, na bovinocultura de leite, dependendo do grau de habilidade da mãe, haveria prejuízos ao sistema. Tetos grandes e sem morfologias específicas para facilitar a amamentação, agressividade e reatividade do animal, dependência de ocitocina são características que não permitiriam um desempenho satisfatório da
progênie, mas que não desclassificam o animal para a produção intensiva sem bezerro ao pé.
Na bovinocultura de corte, o desmame e apartação mãe-cria ocorre, em geral, seis meses após o parto. A produção de leite e afeto pela cria, características determinadas pela habilidade materna, auxiliam desmames de animais pesados e com boa imunidade. Esse é o foco dos produtores que precisam atingir grandes ganhos de peso para produzirem animais precoces e rentáveis.
Nos sumários de empresas que comercializam genética, em específico, sêmen de touros renomados, é comum encontrar o PTA, que é uma medida do mérito genético do touro para características de produção. Esse indicador, item de habilidade materna, deve ser ponto de partida para os cruzamentos que o produtor e o técnico irão realizar, conseguindo assim, produção de animais de acordo com o interesse da criação, sendo variável de rebanho para rebanho.
Em resumo, é necessário entender o sistema de produção em questão, quais são seus pontos de sucesso e seus gargalos, para determinar os cruzamentos serem utilizados. Essa é uma das portas para se ter crias que agreguem na produtividade e no manejo adotado.

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