POR ONDE ANDA?

Temos uma coluna no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje têm outra vida e família. Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros.

João Vitor da Silva Moreira tem 28 anos e é Engenheiro Biomédico e Cientista/Pesquisador. O limaduartino é filho de Rosimere de Fátima da Silva e saiu de Lima Duarte em 2009. Sua mãe já trabalhava em Juiz de Fora e eles mudaram-se “para buscar oportunidades de qualificação e reunir a família”.

Confira sua trajetória de vida:
Minha trajetória pessoal se entrelaça com minha caminhada durante os estudos, algo que sempre foi muito incentivado pela minha mãe, Rosimere. Da minha parte, a motivação e o interesse por estudar veio quando me destaquei durante as Olimpíadas de Matemática no colégio Adalgisa, recebendo prêmios de reconhecimento nacional.
Buscando sempre as melhores oportunidades, morei em Juiz de Fora enquanto cursava o Ensino Médio e Técnico, e em seguida me mudei para São José dos Campos-SP, a fim de cursar a faculdade de Engenharia Biomédica. Nesse período, tive a oportunidade de morar e estudar por um ano em Chicago-IL como intercambista, o que foi a antecipação de um sonho que tinha para depois que concluísse a faculdade.
Ao retornar ao Brasil, me formei e cursei um Mestrado em Neurociências na UNIFESP em São Paulo-SP, desenvolvendo um dispositivo para a reabilitação de pessoas com amputação. Por fim, mudei-me para Nova Iorque-NY, onde atualmente curso o Doutorado e realizo pesquisas na área de Neurociência Computacional, desenvolvendo modelos virtuais do cérebro para entender o seu funcionamento.
Ainda tem parentes em LD? Quem? Vem sempre aqui?
Sim, hoje minha família reside em Lima Duarte e sempre que possível faço questão de visitar e manter o contato com a minha terra natal.
Acompanha notícias da terra natal? Como? Sim, na medida do possível, através dos familiares, amigos e das mídias sociais. Principalmente a respeito da Gincana, Exposição e os demais eventos tradicionais da região.
O que acha que LD mudou para melhor? E para pior?
Tenho pouca bagagem para opinar, estando fora há tanto tempo. O que mais me orgulha é ver o que Lima Duarte foi capaz de preservar, pois sinto que a cidade ainda mantém a sua essência de ser um lugar acolhedor e bom de se viver, além de conservar a sua história e riqueza cultural.
Como você, como jovem limaduartino, avalia as oportunidades de estudo/trabalho na cidade?
Pela minha experiência no Adalgisa, e comparando com o que vi nos lugares em que passei, o ensino básico de Lima Duarte é motivo de orgulho. Porém, dependendo do tipo de formação que se almeja, pode ser necessário buscar oportunidades em outras cidades maiores, por pura questão de oferta e demanda.
Quais seus objetivos ao sair de LD?
Meu objetivo principal à época era cursar o Ensino Técnico junto ao Ensino Médio, buscando abrir portas para a faculdade e o mercado de trabalho.
Já alcançou alguns dos seus objetivos profissionais? Quais?
Sim, alguns deles incluem ir morar no exterior, publicar artigos científicos relacionados à minha pesquisa, e a própria aprovação para cursar o doutorado também é uma vitória pessoal.
Agora meus objetivos são conhecer o maior número de países e culturas possível, e seguir trabalhando para obter destaque na minha área, trazendo contribuições científicas relevantes à sociedade.
Qual conselho você dá pros jovens limaduartinos que estão na fase de decidir futuro/profissão?
Antes de tudo, é muito importante trabalhar com aquilo que nos faz sentir realizados. Busquem descobrir aquilo que realmente lhes interessa. Dito isso, pesquisem bastante sobre as tendências de mercado e as profissões de destaque para os próximos anos. Vivemos atualmente em uma era de constante revolução tecnológica, então é sempre muito importante pensar não no emprego que está em alta hoje, mas sim daqui a dez anos, quando vocês ingressarem de fato no mercado de trabalho.
E mantenham-se sempre dispostos a aprender e abraçar as oportunidades que a vida oferecer, pois pode ser que, durante a caminhada, descubram um novo interesse que não imaginavam ter.
Como você lida com a distância da família, amigos e terra natal?
Hoje em dia é muito mais fácil, com a facilidade de nos comunicarmos por mensagens de texto, áudio e vídeo. Me sinto mais próximo da minha família hoje, do que nos tempos de faculdade, quando essas tecnologias ainda estavam em desenvolvimento. Apesar disso, é muito importante ter um senso de propósito, pois isso ajuda a lidar com a distância e todos os momentos difíceis. Isso depende de cada um, mas eu sinto que estou exatamente onde deveria estar. Busco também me cercar de amigos, com quem compartilho essa caminhada.
E nas horas que a saudade aperta, a gente mata ela com um bom cafezinho com um pão de queijo.

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