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Dando continuidade à série de reportagens sobre a história da Santa Casa, entrevistamos o médico Dr. José Carvalho da Fonseca Neto, que tem muito a contar sobre a instituição, pois trabalhou no hospital por 20 anos.
Confira:
O médico limaduartino Dr. José Carvalho da Fonseca Neto começou a trabalhar na Santa Casa de Misericórdia em fevereiro de 1979. Do início, até 1980, teve a carteira de trabalho assinada na instituição. Depois passou a prestar serviços como autônomo, juntamente com o Corpo Clínico formado pelos médicos Dr. Joaquim Manoel de Oliveira, Dra.Vera de Almeida Senra, Dr.Eneas de Almeida Pires e Dr. Domingos Otaviano Lima.
Dr. José lembra que ele começou para ajudar nos plantões noturnos e sobreavisos dia e noite. Na época, o hospital realizava diversas consultas e exames simples de laboratório, realizados pelo Sr. Homero Vieira Pinto e também por José Maurício de Almeida, como colaboradores voluntários.
A instituição se mantinha por doações da população, dos produtores rurais e de pessoas amigas, sendo feitas em dinheiro, mantimentos, roupas em geral e tudo que fosse necessário e mais urgente. Na época, o Funrural custeava um consultório médico no hospital, com atendimento diário. Outra fonte de renda vinha das internações e consultas particulares.
Nessa época, o médico trabalhava bastante e tinha folga no fim de semana uma vez por mês. A equipe ficou maior com a entrada do Dr. Evandro Fontes de Oliveira, que passou a dividir os atendimentos de finais de semana e, posteriormente, com a chegada da Dra. Lídia Fontes de Oliveira.
Segundo Dr. José, eles passaram a atender todas as pessoas através do SUS e, à partir de 02/07/1981, segurados do Inamps. Ele considera que, na época os médicos recebiam por pro-labore, o Hospital funcionava melhor financeiramente. Parte da produção era destinada aos médicos e uma parte ficava para a instituição, sendo que os médicos ainda doavam 5% para o Hospital.
Ele foi Provedor por um pequeno período, sendo substituído por Jarbas Pedro de Melo. Dr. José lembra que, nesse período, a Enfermagem do Hospital era limitada, contando apenas com Sebastião Ozório de Almeida (Inhozinho), as parteiras (D. Camila ou D. Ana) e algumas ajudantes.
Para melhorar o atendimento aos pacientes, ele sentiu a necessidade de um treinamento e, com isso, buscou ajuda nos serviços de uma Enfermeira. Após esse treinamento, houve um concurso e daí foram contratadas quatro profissionais como auxiliares de enfermagem.
Segundo o médico, a primeira auxiliar de enfermagem que trabalhou na Santa Casa foi Elizabeth Maria de Paula. Com a necessidade, foi contratado um técnico de Laboratório, Jurandyr Machado, que fazia a maior parte dos exames. Outros, de maior complexidade, eram enviados para Juiz de Fora. Após o falecimento de Jurandyr, os bioquímicos Andrea e Márvio de Almeida assumiram o laboratório. O aparelho de Raio X já existia e quem era responsável pelos exames era Rui Mautone.
Ainda sobre a história da administração da Santa Casa, na recepção só existia o Sr. Jarbas, que marcava as consultas e recebia os pagamentos. Com o convênio do SUS, houve necessidade de contratar um auxiliar administrativo, devido à prestação de contas médicas ser muito trabalhosa e para não haver prejuízo para o hospital, no caso das glosas. Foi contratada Leida Maria da Cunha. Nessa parte, muito ajudou o advogado Antônio Fernandes de Assis, voluntariamente.
Com a saída da Leida, foi feito um concurso e a contratada foi Isabel Carvalho de Almeida. Aí já havia na recepção mais funcionários, entre os quais Ilma Campos Delgado, Manucélio Delgado Campos e Roberto Campos da Cunha.
A equipe médica foi ficando maior, com a entrada de Dr. João Ronaldes Teixeira e Dr. Marcos Barros, que iniciou o serviço de ultrassom no Hospital. Posteriormente vieram os especialistas como:
Antônio Carlos Esteves – anestesista;
Sebastião Antenor Delgado Campos – ginecologista e obstetra;
Francisco Chaves – ginecologista e obstetra;
Dr. Prado – ginecologista e obstetra;
Dr. Sérgio – cirurgião geral;
Dr. José Maria Domith – cardiologista;
Dr. Licínio Delgado Santelli – angiologista.
Tivemos a ajuda do médico cardiologista Dr. Sebastião de Almeida Paiva, no início, esporadicamente.
Dr. José conta que a equipe médica continuou recebendo por pro-labores até 1999, quando tiveram problemas nos repasses. Depois dessa data, foi feito pelos médicos um projeto de terceirização dos serviços, mas a administração do Hospital não aceitou e a maior parte decidiu sair e colocar em prática seu projeto de atendimento.
“A memória pode, sem querer, falhar e esquecer alguém. Sempre haverá tempo para isso ser corrigido”, finaliza o médico.

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