SUCESSÃO NO CAMPO

Outubro é um mês repleto de datas comemorativas, mas é o Dia das Crianças que me chama a atenção! O FUTURO colocado diante dos nossos olhos, onde vislumbramos um mundo de possibilidades, desafios e conquistas.
Aos olhos dos pais, filhos sempre serão crianças e sempre necessitarão de cuidados, ajuda e auxílio, mas o que acontece quando essas “crianças crescidas” decidem por assumirem, lado a lado ou sozinhas, os negócios da família? A sucessão no campo foi, é e será sempre um desafio, apesar disso é algo necessário para a longevidade dos negócios seja no campo ou na cidade.
Sucessão familiar é o processo de transferência da propriedade de um negócio para uma
geração seguinte da família. É um plano aplicado às empresas familiares e que visa transmitir a gestão do negócio de forma hereditária – muitas vezes, essa ação ocorre de forma espontânea, mas outras, de forma forçada, como em ocasião de doença ou morte na família.
O trabalho no campo tem seus desafios e o principal deles, no momento, é a sucessão e ela
começa muito antes de acontecer de fato. Diferentemente do que se pensa, não é apenas o sucessor que necessita ser orientado, mas a família como um todo deve ser preparada, visto que ela participará ativamente de todo o processo.
Em diversas situações é necessário que o herdeiro/sucessor seja preparado antes de assumir o cargo e a responsabilidade que lhe caberá. Para isso, é de extrema importância que o gestor da propriedade agrária esteja aberto e receptivo para compartilhar seus conhecimentos e experiências adquiridos durante toda sua jornada. Em contrapartida, o sucessor deve ter gana por conhecimento e estar sempre em busca de novas alternativas para alavancar o negócio. A tecnologia mostra-se como uma grande aliada das novas gerações de sucessores que estão chegando e a dos que estão sendo formados.
O somatório das habilidades do gestor, do sucessor e da família deve culminar com a
elaboração de um plano sucessório, que trará os planejamentos e metas para o período transitório da sucessão e, posteriormente, ser o norte para o crescimento e desenvolvimento da propriedade e das habilidades do novo gestor.
Falar sobre sucessão não é algo fácil, mas vivê-la é ainda mais desafiador! Temos que nos
anteceder e começar a prepar os nossos sucessores de daqui 20, 30 ou 40 anos! Precisamos começar com as nossas crianças, ensinando-as a beleza de transformar uma pequena semente em uma planta, a planta em leite, carne, ovos, empregos e, consequentemente, capital. Precisamos ensiná-las que o agronegócio é mais que uma grande engrenagem da economia brasileira, mas o prazer em se doar por completo para produzir alimentos! Não existe uma “fórmula mágica” para fazer a sucessão no campo dar certo. Existe apenas a forma como cada família consegue adequar o passo a passo da sucessão ao seu cotidiano, fazendo-a dar certo.
Hoje, eu, filha e neta de produtores radicados em nossa cidade, construo dia-a-dia os caminhos da minha sucessora, uma menina de poucos anos de idade que traz consigo a paixão pelos animais e o orgulho de ser “da roça”, como ela mesma diz. Estou me antecedendo (como um bom estrategista faria!) enquanto eu e meu pai passamos pelo cotidiano da sucessão!
Sucessão é antecedência e estratégia, mas principalmente fôlego às atividades desafiadoras que o homem do campo se propõem a executar todos os dias ao acordar! Sucessão é perpetuar o amor pelo campo!

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