POR ONDE ANDA
Temos uma coluna no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje têm outra vida e família.
Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros.
Confira:
Nome completo: Ana Rita Barra Sales.
Idade: 21 anos.
Profissão: Estudante.
Filiação: Vania Cristina Pereira, Carlos Antônio de Sales e Maria Auxiliadora dos Reis Barra.
Quando saiu de LD?
Saí de LD esse ano, 2022, e fui morar em Rosário, Santa Fé, Argentina.
Por quê?
O motivo foi para estudar medicina em uma universidade que não tem vestibular para entrar. O único requisito obrigatório é ter o nível médio de espanhol.
Qual sua trajetória ao longo desses anos?
Morei em Ibitipoca até 2010 e mudei para Lima Duarte. Meus pais construíram uma fábrica de artefatos de cimento na qual todos aqui de casa trabalham. Estudei na Escola Joaquim Delgado de Paiva até me formar e depois comecei a jornada de vestibular. Fiz por 3 anos e, logo após, ingressei na faculdade de Rosário. Após a pandemia, em 2022, com o cenário melhor, mudei para Argentina e assim permaneço.
Ainda tem parentes em LD?
Minha família reside em Lima Duarte e Ibitipoca. Isso inclui meus pais, irmãos, namorado, tias (os), avós e etc.
Acompanha notícias da terra natal? Como?
Acompanho todas as notícias e geralmente é por redes sociais ou as que minha família me conta.
O que acha que LD mudou para melhor? E para pior?
Acho que continua estável.
Como você, como jovem limaduartino, avalia as oportunidades de estudo/trabalho na cidade?
Como é uma cidade pequena e a oportunidade de estudar e formar hoje em dia é muito mais facilitada, eu acho que, dependendo da área, não tem oportunidade de emprego. Desde o meu ensino médio, a maioria dos meus companheiros de sala já sabiam que, para conseguir um emprego, teriam que mudar daqui. Geralmente com a visão, por exemplo, de Juiz de Fora, por ser uma cidade “grande” e com oportunidades melhores.
Quais seus objetivos ao sair de LD?
Conseguir fazer medicina.
Traçou metas pra sua vida e profissão? Quais?
Quando eu era criança, a minha meta era formar aos 18 e entrar na faculdade, formar com 24, me especializar em alguma área até os 28 e depois ter minha família. E não foi nada disso, mas meu objetivo era a faculdade. Graças a Deus, no tempo dele, foi concedido. Hoje, minha meta é ter meu diploma e saber aproveitar a vida nesse tempo, colocar na mão de Deus que ele vai me dar uma direção depois.
Já alcançou alguns dos seus objetivos profissionais? Quais?
Somente entrar na faculdade e aprender mais uma língua.
Qual conselho você dá pros jovens limaduartinos que estão na fase de decidir futuro/profissão?
Que eles (as) não têm que decidir assim que saírem da escola. Não têm que fazer um curso “só porque dá dinheiro”. Não têm que fazer só porque o sonho do seu pai, por exemplo, é ter uma filha(o) médico.
Não têm que se formar rápido para ser algo na vida porque eles já são algo na vida, são seres humanos, têm sentimentos, têm ansiedade e tudo bem, é normal.
Que às vezes fazer faculdade vai te dar menos recurso ou realização pessoal do que você trabalhar com seus pais ou fazer um curso que você queria muito, mas foi julgado pela sociedade.
A vida é sua! Faça o que você sonha, no seu tempo, nas condições que você tem. Porque o único que vai viver essa luta diária é você mesmo. Não vai ser fácil, independente do caminho que você seguir. Como diz o meu pai: “Não tem nada fácil nessa vida. Tudo que vem fácil, vai fácil “.
Mas se for o que sonha, pega o medo, a coragem e Deus e segue.
Qual seu maior sonho?
Eu me formar e ter minha independência.
Como você lida com a distância da família, amigos e terra natal?
Tentando sempre ser presente na vida deles, sempre com vídeo chamadas e mensagens. E para lidar com a saudade, eu tento sempre distrair minha cabeça. Quando não é estudando, é fazendo exercícios físicos. Isso me ajuda bastante.