POR ONDE ANDA

Temos uma coluna no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje têm outra vida e família.
Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros.
O limaduartino Leonardo de Paiva Oliveira, tem 31 anos (15/02/1991) e é filho de Maria Veronica de Paiva Oliveira e Antonio da Cunha Oliveira.
Ele estudou em escolas públicas em Lima Duarte e mudou-se para Juiz de Fora em 2009, para estudar para o Vestibular de Medicina da UFJF e realizar seu maior sonho.
Confira sua trajetória de vida:
Nome completo: Leonardo de Paiva Oliveira
Profissão: Médico (graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF em 2018)
Quando saiu de LD? Mudei de Lima Duarte para Juiz de Fora em 08/02/2009, uma tarde de domingo. O motivo era único: estudar para conquistar uma vaga na UFJF no curso de Medicina.
Sabia que o caminho seria árduo. Afinal, pleitearia um curso concorrido e toda a minha trajetória desde a alfabetização, passando ao ensino fundamental e médio, foi constituída no ensino público, em Lima Duarte. Abro um parêntese: agradeço a cada professor pela contribuição. Em 06/02/2012, recebi a aprovação no tão sonhado curso de Medicina, na UFJF.
Após a graduação em 2018, decidi colocar em prática o aprendizado. Trabalhei em Juiz de Fora durante 1 ano e em 03/09/2019 mudei para São Paulo-SP, onde moro atualmente e trabalho em Guarulhos. Era um dos sonhos de criança, morar em São Paulo-SP. Minhas companhias aqui, na metrópole de 12 milhões de habitantes, são alguns amigos/as.
Ser médico é fantástico! É essencial fazer aquilo que se gosta, que se tem aptidão. Mas a formação médica não se restringe apenas a graduação. Ainda há um caminho longo a se percorrer.
No momento, não tenho filhos.
Ainda tem parentes em LD? Sim. Residem em Lima Duarte meus pais, tias/tios, primas/primos.
Apesar de residir a cerca de 500 km, vou a Lima Duarte com certa frequência. E sempre acompanho notícias da cidade e região, através das mídias sociais e demais meios de comunicação.
É perceptível a diferença entre as cidades que já residi. Hoje, analisando a área da saúde/SUS, por exemplo, posso dizer que aqueles que residem em Lima Duarte tem um serviço que funciona com certa eficiência, acesso e cobertura que não se vê em grandes cidades. E digo isso com orgulho, aos meus colegas de trabalho em SP. Claro, não é perfeito e precisa de mais investimento e educação em saúde, visto que o desconhecimento gera atrito.
A educação em saúde deve ser trabalhada na atenção primária, na ESF (estratégia saúde da família), que hoje está muito focada apenas em tratamento.
Acho que Lima Duarte melhorou muito no aspecto administrativo e isso vem refletindo nas melhorias como um todo pela cidade. Precisamos ir além, obviamente. É necessário melhorar a renda da população, ter empregos de qualidade e em maior oferta. Nessa direção, um passo importante seria atrair indústrias para o município.
Assertivamente, a iluminação da cidade deixa a desejar.
Quais seus objetivos ao sair de LD? Meu objetivo era ingressar no ensino de terceiro grau, e consequentemente ter um bom emprego que pudesse me proporcionar boas realizações.
Traçou metas pra sua vida e profissão? Quais? Não listei metas específicas. Mas creio que elas vão em direção aos meus objetivos. Talvez a maior delas é poder retribuir o empenho dos meus pais e irmã na minha formação.
Já alcançou alguns dos seus objetivos profissionais? Quais? Com orgulho, me sinto em parte, realizado na profissão. Apesar da curta trajetória, vejo e ouço, com frequência, dos pacientes e colegas de equipe, incentivos e agradecimentos pelo serviço prestado, modéstia à parte, com excelência. Durante a trajetória, se eu puder impactar e agregar positivamente as pessoas, é o que importa. Isso invariavelmente, se traduz no reconhecimento profissional.
Qual seu maior sonho? Ser orgulho pra minha família, pra mim mesmo e ser reconhecido na profissão.
Como você lida com a distância da família, amigos e terra natal? Lido bem, a tecnologia ajuda muito. Falo com minha família todos os dias e estamos juntos sempre que posso.
Qual conselho você dá pros jovens limaduartinos que estão na fase de decidir futuro/profissão? O melhor conselho que posso dar é sendo exemplo de perseverança. Digo a eles que é possível nascer numa cidade pequena, estudar na escola pública e conquistar o mais alto dos nossos objetivos, mesmo que eles pareçam intangíveis. Mais do que qualquer outra pessoa, temos que crer em nós mesmos. Com relação a profissão, escolher o que se gosta é fundamental, não gera arrependimentos.
Para aqueles que decidirem pela medicina: o curso é cansativo, a responsabilidade é enorme. No entanto, quando você vê seu trabalho beneficiando a qualidade de vida, trazendo melhora na saúde dos pacientes, vale cada minuto!

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