PROVEDOR AVALIA 1º ANO
O Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Lima Duarte, Altair Oliveira Thoni, completa, agora em fevereiro, um ano à frente da administração da Santa Casa de Misericórdia de Lima Duarte. Ele aproveita pra fazer uma avaliação sobre o trabalho desenvolvido e abordar alguns projetos em andamento na instituição filantrópica.
Segundo Thoni, o Hospital tem sido alvo de algumas reclamações nas redes sociais, quanto à demora no tempo de atendimento. Ele esclarece que o Hospital, por ser de atendimento de urgência e emergência, segue o Protocolo de Manchester, onde é feita uma triagem por uma enfermeira, a qual faz uma série de perguntas e, de acordo com as respostas dos pacientes, os casos são classificados por cores que sinalizam o nível de gravidade e o tempo de espera, a saber: cor vermelha ( atendimento imediato – 0 minutos); cor laranja – 10 minutos; cor amarela – 50 minutos; cor verde – 120 minutos; cor azul 240 minutos.
O Provedor esclarece também que o atendimento pelo SUS pode demorar, porque o Hospital tem apenas um médico por plantão, responsável por todo o atendimento, inclusive dos internados.
Outro ponto que Thoni ressalta é que, com a Pandemia, o atendimento de casos suspeitos e/ou comprovados de Covid-19, requer um protocolo de tratamento mais rigoroso para evitar contaminação, com maior higienização e paramentação, o que aumenta o custo e o tempo de atendimento. Ele explica também que, durante a pandemia, a média de atendimentos mensais era menor, 1.620 em (01/2021) e agora com a volta da normalidade atendem muito mais pessoas, sendo que, em 01/2022, foram 2.556 atendimentos.
O Provedor explica que os dias com mais atendimentos médicos no Hospital, sempre foram as segundas e sextas feiras, além dos finais de semana, em que o hospital recebe pacientes de toda a região, por ser o único órgão de saúde aberto, porém ultimamente a lotação tem sido diária . Para Thoni, o ideal seria ter dois médicos no hospital, nos plantões de dia e finais de semana. Mas ele considera que isso aumentaria muito o custo e o hospital não consegue arcar com essas despesas.
O Provedor afirma que houve aumento salarial para todos os funcionários, seguindo o aumento do salário mínimo em janeiro. Houve também um reajuste no salário dos médicos, o que vai gerar um aumento de mais de R$ 300 mil nas despesas da Santa Casa, durante o ano.
Outro investimento da administração hospitalar é o da revisão da rede elétrica de todo o prédio, planejada há anos. O projeto de reforma da Santa Casa, incluindo o elétrico, foi feito e aprovado em 2014, quando a entidade foi contemplada com uma verba de R$5 milhões. Somente uma parte dessa verba foi liberada (R$1.800.000) e foram feitas obras externas. A parte interna que ficou para um segundo momento, pois requer mudanças e remanejamentos de setores, não foi concluída, pois a Santa Casa não recebeu o restante da verba. A administração pretende fazer uma parte do projeto elétrico ainda esse ano, onde a situação é caótica com risco de incêndio.
Altair Oliveira Thoni destaca também que o hospital tinha Convênio com a Rede de Urgência e Emergência (RUE), que repassava ao Hospital R$100 mil por mês, até dezembro de 2020, quando era classificado no nível 3. Mas a administração anterior pediu redução pra nível 4, pra conseguir cumprir as exigências. Assim, a verba mensal caiu pra R$40 mil a partir de maio de 2021.
Em 2022 encerrou-se a RUE e agora o Estado firmou novo convênio com a entidade, o Valora Minas, que remunera aproximadamente R$50 mil mensais. Thoni explica que, agora, o Hospital é classificado como microrregional e não mais de nível 4. Pela nova configuração, os atendimentos são muitos, mas os valores recebidos são ínfimos. Isso gera custos elevados de atendimentos, com poucos recursos para pagamento. Para que o hospital realize alguns procedimentos médicos, tipo: cirurgias, partos, anestesias, etc, são pagos aos profissionais médicos, 6x o valor da tabela do SUS arcando com o acréscimo. Isso porque a remuneração do SUS é muito baixa. “Mesmo pagando 6x a tabela SUS, temos dificuldades para contratar profissionais”, disse o Provedor.
Outra dificuldade enfrentada pela Provedoria é a impossibilidade de realização de eventos filantrópicos há 2 anos, devido à pandemia. O Hospital sobrevive das poucas verbas recebidas do SUS, das doações de verbas parlamentares, doações de empresas e particulares, da realização de eventos e das subvenções das prefeituras que, em 2021 repassaram ao hospital:
Pedro Teixeira – R$60 mil/ano
Olaria – R$48 mil/ano
Lima Duarte – R$2.692.000,00/ano
O Provedor salienta que, mesmo dentro da normalidade que tem altos custos e poucas receitas, ainda precisa contornar a situação quando surgem emergências físicas (reparos na edificação/equipamentos) e financeiras para cumprimento de responsabilidades e obrigações legais de saúde e vigilância sanitária (projeto contra incêndio, licenças médicas, aumento salarial, de medicamentos e de insumos,etc).
Outro projeto que está em andamento no Hospital é a conclusão e funcionamento do Centro de Imagem, que poderá gerar uma renda extra, com a prestação de serviços particulares. Também devem concluir esse ano a Informatização de todo o sistema, projeto que começou com o Provedor Oldair, teve continuidade com a Provedora Mayara e, agora, está em fase final, durante a gestão de Altair Oliveira Thoni.