ABBAC

Psiquiatria
A sede da Associação Brasileira Beneficente de Apoio ao Cidadão (ABBAC) em Lima Duarte presta consultas e exames em diversas especialidades médicas. Sendo assim, a cada edição, irá abordar um tema de saúde, consultando especialistas na área.
Nesse mês, entrevistamos o Psiquiatra Carlos Alberto de Castro Nocera, que falou sobre os problemas que podem ser prevenidos e tratados através dessa especialidade.
O Médico Psiquiatra detalhou os problemas e tratamentos da especialidade e estabeleceu diferenças importantes entre a Psicologia e a Psiquiatria.
Confira:
Carlos Alberto de Castro Nocera é Médico formado pela UFJF, Pós graduado em Psiquiatria pela UFRJ – Instituto de Psiquiatria. Fez Residência em Psiquiatria pelo Hospital Naval Marcílio Dias – Unidade Integrada de Saúde Mental.
Ele atende em Lima Duarte, na ABBAC, desde 2015.
Você atende todas as idades?
A minha formação teórica e prática foi de psiquiatria adulta e geriátrica.
Da mesma maneira, na pediatria, há a psiquiatria (subespecialidade) que cuida somente de crianças e adolescentes.
Como as pessoas podem evitar esses tipos de problemas?
Aquilo que chamamos de problemas são as doenças físicas ou mentais. As doenças possuem um fundamento genético – biológico.
As doenças, de um modo geral, são não sociais, que ocorrem espontaneamente em uma determinada época da existência do indivíduo que lhe dá uma sensação de “estranheza e imposição”, prejudicando o seu funcionamento.
Existem doenças mais graves causadas por problemas psiquiátricos?
A gravidade das doenças, em geral, depende da intensidade e frequência dos sintomas.
Quais?
A esquizofrenia compromete radicalmente o curso existencial da pessoa.
Como evitar o agravamento de problemas nessa área?
Da mesma maneira de outras especialidades médicas: o paciente com sofrimento mental deverá buscar atendimento psiquiátrico o mais breve possível, para evitar o agravamento de uma possível doença e elucidar o diagnóstico.
Qual a relação entre psicologia e psiquiatria?
A mesma que há entre ortopedia e fisioterapia, otorrino e fonoaudiologia, etc.
A psicologia estuda a vida psíquica denominada normal e faz testagens psicológicas.
A psiquiatria é um ramo da medicina que estuda as diversas doenças mentais.
Quais as diferenças principais nos tratamentos?
Quando o psiquiatra exclui doença mental, porém o paciente apresenta sofrimento humanamente compreensível, é indicado psicoterapia com psicólogos.
Quando o sofrimento decorre de sintomas de doença mental, é indicado psicofármacos prescritos por psiquiatras.
Como evitar adoecer por enfrentar essa pandemia, com mudanças tão drásticas no modo de viver e relacionar com as pessoas?
Há momentos em nossas vidas que são difíceis, problemáticos, incomodativos, conflituosos, gerados pelas circunstâncias ambientais e sociais como morte do ente querido, catástrofes, rompimento amoroso, perda de emprego, guerras, pandemias, etc.. Esses fatos impactam nossa vida e produzem, geralmente, doenças mentais e, sim, reações vivenciais correspondentes ao estresse produzido.
Deste modo, afastando tal estresse ou adaptando à nova situação, há retorno espontâneo do estado mental anterior.
Pessoas com personalidade hipersensível podem necessitar de psicoterapia.
Após o diagnóstico da maioria das doenças, como é feito o tratamento?
O tratamento psiquiátrico, como em qualquer ramo da medicina, serve para aliviar os sintomas identificados por ocasião do atendimento, que poderá ser realizado em ambiente ambulatorial, emergencial ou hospitalar.
A procura por tratamentos psiquiátricos aumentou durante a pandemia da Covid 19? Porque?
O adoecer propriamente dito tem as suas próprias leis naturais. Algo totalmente pessoal e não social, tem o seu curso determinado. Surge geralmente espontaneamente, não depende de situações ambientais e necessita de tratamento médico.
A pandemia pode ser considerada um incômodo, estresse para todo ser humano.
Complementando:
A psiquiatria procura ver a pessoa como um todo e não somente a doença.
O ser humano tem um caráter irredutível (não se reduz ao biológico, social, psicológico, etc.), bem como seu caráter fundamentalmente inesgotável e misterioso.

“Precisamos aprender a pensar!” – Karl Jasters.

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