ANTES QUE CAIA… CONHEÇA

Na edição passada, falamos de uma das pontes do Córrego dos Marmelos, afluente do Rio do Peixe que nasce na Serra da Calçada, desce pelo Piquete, forma bela cachoeira nos fundos da Fazenda da Vargem, passa sob a BR 267 na altura do Trevo do Posto Vargem e deságua pela margem direita do Rio do Peixe, após ser transposto por um conjunto de pontes na rua Benvindo de Paula.
Nosso foco foi a pequena ponte ferroviária, concluída em 1926, pela Estrada de Ferro Central do Brasil, hoje abandonada.
A fotografia anexada pela edição do jornal, porém, equivocadamente, relaciona-se à outra ponte, situada à montante, por onde passa hoje uma das mãos da Rua Benvindo de Paula, sentido Bairro Cruzeiro – Centro.
Sobre esta, falemos um pouco nessa edição…
Em 1937, a Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado de Minas Gerais, decidiu iniciar a construção de uma estrada para automóveis, que interligasse Lima Duarte a Bom Jardim, encurtando as distâncias entre a Zona da Mata e o Sul de Minas.
No dia 13 de julho de 1937, a comitiva do governador Benedito Valadares chega a Lima Duarte num trem especial, onde é recebida com entusiasmo, festejos e homenagens.
O governador profere discurso, inaugurando solenemente as obras da rodovia, juntamente com o comandante da IV região Militar General Franco Ferreira. Em seguida, um lanche é oferecido à comitiva na Fazenda da Vargem pelo Dr. Nominato Duque que, juntamente com o Dr. Francisco Sales, discursou em agradecimento pela obra oficialmente iniciada.
Essa estrada, inaugurada somente em 03 de outubro de 1949, serviu de ligação entre Lima Duarte, Olaria e Bom Jardim de Minas por muitos anos, até ser suplantada pela BR 267, inaugurada somente em 1978.
Em seu longo percurso, saía de Lima Duarte pela atual Rua Clemente Armando Moreira, Rua do Horto, cortava o Rio do Peixe abaixo da Primeira Ponte, passava abaixo da Saibreira margeando o Rio, contornava pelo Cai N’Água, Rua Maria Valèria, Estrada de Perobas, atravessava o Rosa Gomes após o Campo do Perobas, entrava em Olaria pelo Bairro Santa Marta, saía de Olaria próximo ao trevo e dobrava para Quintilianos, onde ao aproximar-se, seguia para a Peleja, Vila Tomé, beirava Taboão e, seguindo à esquerda da atual BR 267, dobrava a Serra de Bom Jardim, chegando ao seu destino.
A ponte, que hoje dá acesso ao Bairro Cruzeiro, foi construída em 1939, e traz, nas cabeças das colunas de seu guarda corpo no canteiro gramado do meio das pistas, as incrições “SVOP”(Secretaria de Viação e Obras Públicas) e “1939” . No governo Arzenclever, os antigos guarda corpos da beirada da ponte foram refeitos, sem que fossem refeitas nos novos, as inscrições, que não mais podem ser vistas deste lado.
Ao lado, um curioso mata burro, da mesma época, segue abandonado. As estradas, naquela época, tinham porteiras, para evitar que o gado passasse de uma propriedade para outra. O mataburro, por sua vez, permitia a passagem de pessoas e veículos automotores, sem a necessidade de abrir porteiras, tal como hoje ainda se usa.
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