LIMADUARTINA SEGUE CARREIRA RELIGIOSA

A limaduartina Rhânella Altina de Oliveira tem 28 anos e é formada em Pedagogia. Filha de José Eneias de Oliveira e Maria da Páschoa Silva Oliveira, ela decidiu seguir a carreira religiosa depois de formada, mas sempre teve vocação e admiração pro irmãs de caridade.
Veja o que ela conta em entrevista:
Quando decidiu seguir a carreira religiosa? Porquê? Desde criança a Vida Religiosa Consagrada me chamava a atenção, embora eu ainda não tivesse muita clareza do que isso significava. Todos com quem eu comentava e eu mesma acreditávamos ser só uma admiração muito grande pelas irmãs que moravam no meu bairro (Cruzeiro), com quem eu tinha contato na igreja local e participava de diversas pastorais. Por volta dos meus 12 anos, comentei com uma delas que gostaria de ser freira. Mas apesar de ter sentido um grande entusiasmo nessa época, ao longo dos anos que se seguiram experimentei muitos momentos de dúvida, especialmente quando comecei a ser acompanhada, mais tarde, pelas irmãs e conhecer mais sobre a Congregação. Acho que fiquei um pouco assustada quando vi que a coisa estava ficando séria, o que é muito comum no princípio. Somente à medida em que fui crescendo e amadurecendo, pude tomar mais consciência da beleza do chamado que Deus me dirigia e ir perdendo o medo aos poucos.
Teve influência de quem para descobrir essa vocação? Como eu disse, minhas principais inspirações foram as irmãs do Sagrado Coração de Maria, que moravam e atuavam na minha comunidade local; eram elas: Ir. Lisieux, Ir. Lucy, Ir. Áurea e Ir. Lourdes. O exemplo de vida delas me fascinava, assim como a maneira carinhosa de lidar com as pessoas e o amor contagiante delas por Jesus e por tudo o que faziam. Mesmo sem saber bem o que era “ser freira”, eu desejava viver como elas.
Todos te apoiam? À princípio, tive muita oposição dentro da minha própria família, o que reflete a preocupação natural de quem deseja o que é melhor pra gente. Porém, à medida que eu fui seguindo e compreendendo minha vocação, percebi que minha família e meus amigos caminhavam junto comigo nesse amadurecimento. É que, no fim, todos se tranquilizam e passam a se alegrar com a felicidade da gente e é muito bonito ver esse processo!
Quando e como foi o início dos estudos religiosos? Após concluir minha faculdade – que foi uma exigência do meu pai para me dar a permissão – em janeiro de 2015, parti para a experiência em Belo Horizonte. Essa primeira etapa da formação (o aspirantado) foi aquela em que saí da família para viver em uma Comunidade com as religiosas; foi um período de adaptação e maior conhecimento da vida e missão do Instituto.
Quais as principais dificuldades? Desde o princípio, para mim, o mais difícil foi (e é) ficar longe da minha família por longos períodos. Porém, a caminhada apresenta outros desafios, como a convivência com pessoas diferentes, com ideias e costumes opostos. Contudo, é justamente nisso que consiste a beleza da Vida Religiosa Consagrada, esse movimento de acolhida e adaptação às diferenças dos outros, que ensina a amar de forma genuína e a ser irmãs e irmãos do próximo.
Onde você mora e estuda? É gratuito? Atualmente moro na cidade de Belo Horizonte, no bairro Serra, próximo ao nosso colégio Sagrado Coração de Maria, onde trabalho. Todas as casas em que moramos são chamadas de Comunidades e existem várias delas em diversos lugares, dependendo do ministério. Como acontece em todas as famílias, as irmãs têm profissão e trabalham para o sustento da missão e da Comunidade. Assim, nossas comunidades sobrevivem com os salários de algumas e da aposentadoria de outras. Caso alguma irmã esteja desempregada ou por algum motivo não possa trabalhar, o que ocorre em algumas etapas da formação, a comunidade provê seu sustento durante esse período. A prioridade é sempre a missão acima de qualquer interesse profissional, mas a irmã pode estudar e exercer sua profissão, desde que isso sirva a missão e não a prejudique. Além disso, toda a renda da comunidade é colocada em comum, para as necessidades de todas e dos ministérios.
Quanto tempo de estudos? O tempo da formação varia de acordo com o país, mas no Brasil são mais ou menos 5 anos.
O que é profissão religiosa? Quantas são? Professar é assumir, publicamente, os três votos que já nos propomos a viver logo que ingressamos em uma Comunidade, de Castidade, Pobreza e Obediência. Fazemos duas profissões públicas, a dos Primeiros Votos, que renovamos ao fim de três anos, e a Profissão Perpétua, quando decidimos nos consagrar para sempre.
Quais as etapas do seu curso? Qual o nome da formação? A todas etapas nós chamamos formação, pois é um estilo de vida e somos formadas a vida inteira. A primeira fase, como já disse, é o Aspirantado, que dura cerca de um ano; depois vem o Postulantado, que é de dois anos; o Noviciado, que é a fase que antecede a Primeira Profissão, que também dura dois anos. E, por fim, Profissão Perpétua, feita após cerca de 6 anos da Primeira. A nossa formação, porém, dura toda a vida. Por isso, nos comprometemos a buscar sempre o crescimento pessoal e espiritual em todas as idades. No seguimento a Jesus nunca estamos “prontas” como que para “concluir um curso”, mas durante toda a nossa vida somos convidadas a nos deixar formar por Deus e aprender com as situações e com as pessoas.
Último recadinho: se alguém se interessar e quiser bater um papo comigo, meu e-mail é: rhanellaoliveirald@gmail.com.
Deixo também o endereço do site da Congregação: https://rscmb.com.br/
Um beijo fraterno!
Agradeço de coração pelo carinho, Norma! Que Deus a abençoe!
Irmã Rhânella – Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria (IRSCM).

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