QUEIJO MINAS NO PARABERE FÓRUM
A ‘chef’ Ana Paula Esteves, do Oliva Bistrô (responsável pela coluna de Ibitipoca no Territórios Gastronômicos, do Portal Uai), participou, no Rio de Janeiro, do primeiro Parabere Forum Breakfast no Brasil, organizado pela chef Roberta Sudbrack, em seu restaurante Sud, o Pássaro Verde Café. O encontro foi para debater com mulheres profissionais da indústria gastronômica – cozinheiras, produtoras, agricultoras, ‘sommelieres’, ‘maitres’, baristas, confeiteiras, padeiras – sobre o tema do fórum de 2020, que acontecerá em Pollenzo, Itália, com o Movimento Slow Food. Única participante de Minas, Ana Paula ofertou o Queijo Artesanal Serras da Ibitipoca, recém lançado pela EMATER MG. A iguaria foi muito apreciada na reunião pelas ‘chefs’ Helena Rizzo (Manioca), Ludmilla Soeiro (Zuka Restaurante), Neka Menna Barreto (Neka Gastronomia), Samantha Aquim (Chocolate Q), Teresa Corção (O Navegador) e a diretora de Hospitalidade e Gastronomia da Laureate Brasil, Rosa Moraes, entre outras.
O Parabere Fórum é presidido pela francesa Maria Canabal e tem como representante no Brasil a ‘chef’ Roberta Sudbrack. É um evento anual que reúne líderes do pensamento no campo da gastronomia, alimentação e nutrição. Visa criar uma poderosa rede global, a fim de reforçar a influência das mulheres no setor alimentar e promover a diversidade na gastronomia.
O QUEIJO ARTESANAL
“SERRAS DA IBITIPOCA”
Esse queijo, do tipo Minas artesanal produzido na região Serras da Ibitipoca, era um dos prediletos dos poderosos do Brasil Colônia. A receita tem mais de 200 anos.
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão do Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE), Maria Dalva Pereira, em parceria com produtores rurais e prefeituras, realizou os estudos de caracterização da região, que comprovaram a sua tradição histórica e cultural na produção dos queijos artesanais.
A pesquisa foi levada em consideração e a região de Ibitipoca foi reconhecida, através da portaria 1834 do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), como produtora de queijo artesanal. A região compreende os municípios de Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos.
Maria Dalva Pereira, que também é extensionista de Bem-Estar da EMATER Lima Duarte, assim define o reconhecimento: “Um resgate da cultura de produção de Queijo artesanal na região, à partir do leite cru, com séculos de tradição, resgatando, inclusive, as queijarias nas propriedades rurais.
O estudo histórico bibliográfico realizado, associado a relatos e identificação de materiais utilizados, demonstra que a produção do queijo artesanal na região ocorre desde o Século XVIII, evidenciando a pujança da atividade para a economia local.
Essa farta produção, tanto era comercializada como utilizada para consumo da família, desenvolvendo hábitos que ainda permanecem, como exemplo, o consumo de doces de tipos variados com queijo, quitandas utilizando queijo, farofa feita com fubá fino e queijo denominada “matula”, pão de queijo, dentre outros.
São mais de 200 anos de história de produção, consumo e venda de queijos. Uma prática, um modo de fazer, passado de geração em geração”.
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Colaboração: Gíglia Ferrari