POR ONDE ANDA
Estamos criando uma coluna nova no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje tem outra vida e família. Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros. Confira:
Estamos criando uma coluna nova no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje tem outra vida e família. Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros. Confira:
Nome completo, idade, profissão, filiação:
Lidovirge Aparecida Carvalho Oliveira Paula, 57 anos de idade, professora aposentada, filha de Alcides Fernandes de Oliveira e Maria Magna da Cunha Carvalho Oliveira.
Para onde foi inicialmente? Fazer o quê? Qual sua trajetória ao longo desses anos? Onde morou, estudou e trabalhou?
Lima Duarte foi para mim o lugar de oportunidades e de grandes desafios…
Ao dar estas respostas, acabei revisitando a minha história e não poderia começar senão agradecendo a Norminha – uma das minhas primeiras alunas – pela gentileza deste convite.
Ao estudar e trabalhar na cidade, cumpri o meu dever valorizando o esforço dos pais e da família. Agarrei a possibilidade de vencer, naquela época, porque acredito que nada nos vem de graça. Desde os cinco anos de idade, queria ser professora… Morávamos em São José dos Lopes. Lá, nosso pai construiu a primeira casa – onde os dez filhos passaram um período da infância – e nossa mãe lecionou na escola em que fui alfabetizada por ela mesma. Para fazer a 5ª série, fomos morar em Lima Duarte. De início, eu, meu pai e o irmão mais velho. A família só se reunia aos finais de semana. Tinha consciência de que, para conquistar meus sonhos, só havia um caminho: ESTUDO e TRABALHO. Foi o que fiz! Enfrentei com CORAGEM as dificuldades. Mantive sempre acesa a chama da ESPERANÇA. Como estudante, fui responsável. E, como professora, amei a profissão. Isso só foi possível porque APRENDI com cada pessoa que cruzou o meu caminho. Cada uma, a seu modo, ajudou-me a compreender que só o AMOR vale a pena! Apesar de tudo, cometi muitas falhas, cabendo aqui as minhas desculpas!
Fui matriculada no “Ginásio” na quinta série e, aos 17 anos, concluí o Magistério. A primeira experiência, como Regente de Turma foi em Lopes. No ano seguinte, estreei na Escola “Bias Fortes”, como Professora de Ensino Religioso e iniciei também o curso de Letras em Juiz de Fora. No Ensino Fundamental, lecionei em todas as Escolas Estaduais da época. Aprovada nos Concursos do Estado, fui efetivada e assumi os dois Cargos como Professora de Língua Portuguesa. Minha última atuação foi em 1999, como Diretora da UES – Unidade de Ensino Supletivo, hoje, CESEC. Escola cuja fundação acompanhei de perto, devido à iniciativa da nossa mãe que, como professora leiga, conheceu o Supletivo em Juiz de Fora e se habilitou através do Projeto “Logos”.
Também experimentei o AMOR de DEUS, pelo testemunho dos pais. Ambos comprometidos com a FÉ CRISTÃ. O pai como vicentino e a mãe, catequista. Aos 13 anos, assumi a minha primeira turma de catequese na Igreja do Rosário. Daí em diante, atuei em quase todas as Pastorais e Movimentos Paroquiais, com especial dedicação aos Grupos Jovens e à Liturgia na “Missa das Crianças”. Na juventude, o “Curso de Teologia e Pastoral”, realizado no Seminário Santo Antônio, muito contribuiu para a minha MATURIDADE DA FÉ. Mesmo após o casamento e a chegada dos filhos, permaneci na Catequese e na Conferência Vicentina.
Em síntese, o tripé que sustentou minha trajetória: FAMÍLIA, IGREJA e ESCOLA!
Com a mudança dos meus pais (seis dos irmãos já residiam em Juiz de Fora) e com a previsão da necessidade dos filhos se deslocarem para estudo, acabamos saindo de Lima Duarte no ano 2000. Com uma jornada de 42 aulas semanais, a melhor opção foi o bairro Encosta do Sol. Estava próxima do trabalho e dos demais familiares. Além disso, houve uma importante identificação com a maioria dos moradores, que era do interior. “Uma gente que gosta de estar com a gente!” Meu marido e eu tivemos a satisfação de participar ativamente na edificação da Capela e na estruturação da Comunidade Nossa Senhora da Paz.
Em 2011, depois de 31 anos de dupla jornada de trabalho, sofrendo as consequências de um trabalho tão intenso, a aposentadoria chegou! Para melhor compreender as inquietações que afetam a todos nós, decidi investir em um projeto pessoal… Com especialização em Psicopedagogia, fiz o Curso de “Terapia de família”. A seguir, “Terapia Comunitária Integrativa”. Não parei de estudar e nem de me envolver com a coletividade! Cuido da minha espiritualidade e tenho especial interesse pelas questões existenciais.
Constituiu família? Com quem? Limaduartino também? Tem filhos? Quantos e em quais idades?
Família é a base de tudo! É onde aprendemos a lidar com os conflitos transitando entre a fragilidade e a FORÇA! É ela que nos sustenta nos momentos difíceis… Sou casada com Sebastião Geraldo de Paula, conhecido como Tatão. É pedreiro. Filho do Sr. Juca e Dona Madalena. Moravam em Laranjeiras. Temos dois filhos: Marcus Vinícius e Luís Eduardo. O mais velho tem 31 anos, é casado, engenheiro mecatrônico, mora em Macaé, RJ. O caçula tem 28 anos, é tenente do Exército, está morando em Boa Vista – RR.
Ainda tem parentes em LD? Quem?
O único tio que ainda temos: José Sobrinho da Cunha, irmão da minha mãe. O querido “Tio Zeca”, que toca na Banda. Ele despertou em mim o gosto pela música. Em Lopes, ainda muito criança, era emocionante acordar ao som da “alvorada” na tradicional Festa em honra a São José.
Vem sempre aqui?
Meu tempo estava muito comprometido… Daí, a visita se limitava apenas aos parentes e amigos mais próximos. Ultimamente, a partir do agradável convite daquelas pessoas que guardamos do lado esquerdo do peito, tenho vivenciado a ALEGRIA do REENCONTRO. É maravilhoso perceber que os verdadeiros VÍNCULOS de AMIZADE permanecem…
Acompanha notícias da terra natal? Como?
Não como gostaria…
Na maioria das vezes, esse acompanhamento só tem acontecido pelas redes sociais.
Tem saudades daqui?
“Saibamos deixar um no outro uma saudade que faz bem…”
Como não sentir saudades de TUDO o que desperta em mim o sentimento de GRATIDÃO?…
O meu sincero MUITO OBRIGADA a todos e todas que são parte da história desta terra, cuja lembrança fica eternizada no coração…
O que acha que LD mudou para melhor? E para pior?
Muitas novas edificações sinalizam a renovação da área urbana. Gratificante, também, é perceber o empenho dos(as) conterrâneos(as) que continuam batalhando pela edificação de uma Lima Duarte mais humana e acolhedora…
Lamentável é o caminho tomado por aqueles que se aprisionam consumindo drogas…