POR ONDE ANDA?

Estamos criando uma coluna nova no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje tem outra vida e família. Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros. Confira:

Estamos criando uma coluna nova no Jornal LD & Cia. para falar dos limaduartinos que saíram para estudar/trabalhar fora e hoje tem outra vida e família. Essa é uma forma de matarmos um pouco da saudade de nossos parentes, amigos ou conterrâneos e também de valorizar o esforço que tiveram e o estímulo que dão a tantos outros. Confira:
Nome completo, idade, profissão, filiação:
Wencesláo Machado de Oliveira Junior, 52 anos, professor, filho de Wencesláo Machado de Oliveira e Maria Regina Reis de Oliveira
Quando saiu de LD? Por que?
No início de 1981, para fazer o curso técnico de edificações, no antigo CTU/UFJF.
Para onde foi inicialmente? Fazer o quê?
Para Juiz de Fora, fazer o curso técnico acima citado e, em seguida, me mantive por lá para cursar Licenciatura em Geografia, na UFJF (entre 1984 e 1987).
Qual sua trajetória ao longo desses anos? Onde morou, estudou e trabalhou?
Antes mesmo de me formar, trabalhei numa escola privada de Ensino Médio, em Juiz de Fora. Mas ao me formar, mudei-me para Niterói-RJ, pois havia passado no concurso para professor de Geografia na Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, onde lecionei entre 1988 e 1989, trabalhando numa pequena escola na Ilha de Paquetá. Durante esse período também lecionei no Colégio Bennett, da Igreja Metodista, situado no bairro do Flamengo, um dos cinco bairros nos quais morei neste curto período de um ano e meio em que vivi na cidade do Rio de Janeiro: de uma pensão em Icaraí mudei-me para um pequeno apartamento em Botafogo, daí fui morar no centro de Niterói, de onde saí para morar com meus tios no bairro de Santa Rosa. Por fim, fui morar no Flamengo, onde vivi meus últimos seis meses antes de retornar a Juiz de Fora, onde havia passado no concurso para professor na rede municipal desta cidade. Por lá estive até o início de 1992, como professor de Geografia na educação básica e pré-vestibulares em escolas municipais e privadas, bem como fui professor substituto no Departamento de Geografia da UFJF. Em fevereiro de 1992 ingressei no Mestrado em Educação na UNICAMP e fui morar em Campinas-SP, onde vivo até hoje, com breves intervalos em que morei em Rio Claro-SP (onde fui professor na UNESP entre 1998 e 2001) e no Porto-Portugal (onde fiz pós-doutorado entre 2014 e 2015). Em Campinas fui professor de Geografia em escolas de Ensino Médio da rede privada e realizei meu Doutorado em Educação (entre 1995 e 1999). Em 2002 me tornei professor na Faculdade de Educação/UNICAMP, onde sigo trabalhando.
Constituiu família? Com quem? Limaduartino também?
Sinto que sim, que constituí uma família, uma vez que me casei em 2012 e vivo como um casal com meu atual companheiro, que não é limaduartino, apesar de gostar muito de Lima Duarte.
Tem filhos? Quantos e em quais idades?
Não tivemos filhos em nossas relações anteriores e nem adotamos nenhuma criança desde que nos casamos.
Ainda tem parentes em LD? Quem?
Minha mãe, Maria Regina Reis de Oliveira, e dois de meus quatro irmãos moram em Lima Duarte, o mais velho e o mais novo, Flávio Reis de Oliveira e Daniel Augusto Reis de Oliveira. Além deles tenho duas tias que vivem na cidade, Cristina de Oliveira Reis e Regina Coeli Reis Duque, esta última casada com meu tio Hélio de Paula Duque. Dois filhos deles são meus únicos primos de primeiro grau que moram em Lima Duarte: Luiz Antônio Reis Duque e Ana Maria Reis Duque. Além deles, há outros parentes não tão próximos que vivem na cidade.
Vem sempre aqui?
Sim. Costumo ir a Lima Duarte pelo menos duas vezes ao ano.
Acompanha notícias da terra natal? Como?
Sim. Normalmente pelo que me contam minha mãe e irmãos ao telefone, email, whatsapp ou em minhas visitas aí e nas deles aqui. Também tenho algumas notícias pelo Facebook, onde tenho cerca de 30 pessoas da cidade como amigos.
Tem saudades daqui?
Bastante.
O que acha que LD mudou para melhor? E para pior?
Hoje há muito mais opções do que fazer ou onde ir, sejam passeios ou cachoeiras, restaurantes ou bares, comidas ou bebidas, eventos culturais e produtos para consumo. Uma de minhas lembranças mais marcantes da infância era o leite que chegava em casa no lombo de burro, direto da fazenda; salvo engano, o leite ensacado e pasteurizado só veio a ser comum na cidade já nos anos 1980. Confesso não saber se essa foi uma mudança pra melhor ou pior… da mesma maneira que a estrada asfaltada, os computadores e celulares que aceleraram a vida dos limaduartinos e colocaram as crianças e jovens para dentro de casa.
Em outras épocas, menos aceleradas, ficávamos muito tempo com os amigos pelas ruas, juntos e misturados, com ou sem nossos pais ou tios. Essas mudanças todas me pareceram ter acontecido porque “o mundo mudou”, mas também porque vieram muitas pessoas de fora viver na cidade, trazendo novas ideias que se juntaram aos sonhos daqueles que nasceram na cidade. Certamente isso é também um dos resultados do crescimento do turismo em Ibitipoca e nas outras serras ao redor da cidade. Ouvi dizer que tem havido alguns casos de roubos e outros tipos de violência, o que era quase inexistente quando vivia pelas ruas da Barreira e subia até o Centro para estudar no antigo ginásio, hoje EE Adalgisa de Paula Duque.
Uma notável mudança para melhor ocorreu no Bairro Cruzeira, antigamente conhecida como Vila Seca. Nesse bairro é onde sinto ser mais sensível a melhoria da distribuição de renda, ocorrida nos últimos dez anos no Brasil. Outra coisa que ouço dizer, é que não ocorrem mais quedas de energia elétrica na cidade. Elas eram bastante frequentes quando cresci aí e me lembro delas com extrema nostalgia, pois naquelas noites sem luz o céu era fabuloso e uma das brincadeiras que fazíamos era “mapear” as constelações e ver estrelas cadentes. Mas, sem a eletricidade o jeito era tomar banho de balde ou na água fria… e isso não era nada bom… rsrs. Coisas de criança que, tendo já passado dos cinquenta, me trazem um sorriso no rosto; fragmentos de um tempo e uma cidade que seguem existindo como saudade.

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